terça-feira, 16 de dezembro de 2008

as falas da flauta calada.

E no camarim,
um pulsar nunca sentido antes,
nenhum outro coração bateu tão forte em cima do meu,
nenhum outro olhar coube tanta sinceridade,
as asneiras ouvidas, nunca foram tão proveitosas..
me trazendo pra o que não foi vivido num passado,
presente o que eles chamam de amor.

Gelo antes de entrar em cena..
o papel de ser,
parecia tão difícil José,
os bons conselhos se repetiam pelas paredes do corredor,
ao entrar,
as luzes me embaçaram as vistas,
é como se naquela hora
quisessem me atordoar.

Entrei apertando os olhos,
mas enxerguei o que tinha a ser feito,
a primeira fala foi trocada por um silêncio protuberante
calando vozes inquietas,
é, eu não consegui
fazer o que estava prescrito,
era xulo, desarrumado,
na hora de falar fluíam outras palavras,
trancadas, as outras falas provocavam turbulência,
não se convenciam ao fato de serem trocadas,
confesso que não fugi do contexto,
quando tinha que falar do beijo..
não, não era só pra falar dele,
não é possível,
era aquela a minha chance,
os olhos pareciam saber,
se juntaram como um imã,
nada mais figurativo que o tal..

na hora de cantar,
canto baixinho quase que falando,
pra que ninguém me entenda mal,
ou mande pelo amor de deus eu parar,

nada foi gritante,
alguns vidrinhos de petulância e ousadia talvez..
abafando o obsoleto e apontando modernidade..
era melhor pensar assim.

Meu olhar, mesmo que compenetrado,
se arrastava em outros olhares por entre o palco,
esses com interrogações enormes,
alguns exalavam orgulho também.

Na volta pros fundos do palco,
me esperava a minha frase costumeira,
junto com a minha diretora,
era o; muito bem!
ou o; você tá maluco?
desta vez, recebi um; excelente, parabéns!
antes mesmo de chegar até ela me deram um copo com agua,
como se eu estivesse passando mal,
sentado na cadeira após recusar o copo,
desfrutei da semântica das minhas palavras,
quando o que eu queria era,
que acabasse logo aquilo tudo,
e estar de volta ao meu abraço,
ao meu olhar, ao canto sincero da flauta.



''o que eu teria pra contar se não mergulhasse no suposto'
desviaria.. não viveria..
e subiria mais alto pra minha queda..''


Badengarden.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

eloucoquência!

A firmeza e a doce sutileza juntas de mãos dadas
por uma adoção de postura na empreitada..
e assim segue.

A alma se sente sozinha como um andarilho no inferno,
porem, caminham outras almas ao lado com sintomas parecidos,
o que promove um encontro num certo futuro,
alguns chamam de.. destino, inexorável destino,
que arrebatador.

A rejeição de ideias pode ser um sinal,mal fundamentado,
de um temor que a alma sente
perante a perspectiva de perder o controle,
assim se contrapondo ao possível sucesso de intenções,
que sozinhas e silenciosas,como a alma, arquitetam
forçadamente um castelo,
continue fechando os olhos para elas,
e passará despercebido ao pé do castelo

Pare,estude, escolha,
doses pequenas e simplesmente efusivas
de um suposto sentimento,
ou doses cavalares de intensidade,
retaliando o que há de alusivo,
entrando numa prática coerente talvez.

Daí, definitivamente a razão e a emoção
cobrirá o que se opor ao ponto de vista,
e ao que há ou virá de contraproducente,
a teoria cairia da prateleira,
transformando a elusiva felicidade,
numa pior ainda,
porem,
com mais chances irreversíveis.


Badengarden.